A UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) possui no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, na área de concentração Epidemiologia, um projeto de pesquisa sobre padrões de comportamentos de risco em baladas na cidade de São Paulo. O site Balada com Ciência apresenta o projeto, incluindo os métodos de pesquisa. É interessante e vale a pena conhecer.
Recentemente, a universidade realizou uma pesquisa sobre os possíveis comportamentos e apresentou alguns resultados. Seguem abaixo:
- 24% dirigiram depois de beber;
- 13% pegaram carona com alguém que bebeu;
- 12,7% usaram drogas;
- 9% desmaiaram;
- 8% apresentaram complicações físicas;
- 8% tiveram relação sexual sem proteção.
(Obs.: os resultados foram divulgados em reportagem da TV Cultura)
E o que a Sociologia tem a ver com isso? Muito! Vários sociólogos estão envolvidos em pesquisas na área da saúde de uma forma geral. Inclusive, embora o projeto Balada com Ciência não tenha entre os pesquisadores um sociólogo, no próprio site podemos encontrar uma aproximação com a Sociologia: "Apesar de beber ser uma decisão individual, expor outras pessoas a riscos decorrentes do beber é um fenômeno social visto que pode afetar outras pessoas, não somente aquele que bebeu".
Hoje, o álcool ocupa um posto de relevância na vida de muitos jovens e adolescentes. Quais os motivos que levam as pessoas ao consumo abusivo de álcool? O discurso normalmente é o de que os jovens não medem as consequências. Acredito que este argumento serve apenas para uma pequena parte dos que se embriagam, pois informações e campanhas não faltam. Talvez o fator que esteja mais presente é a sensação de distância, a famosa ideia de que "não vai acontecer comigo", "eu sei dirigir depois de beber". Ou seja, a consciência até existe, mas a maioria acredita que as consequências do excesso de álcool são uma realidade distante, quando na verdade não é. É claro que por trás disso está o sentimento de imaturidade confundido naturalmente com autossuficiência. Conheço muitas pessoas que vêem na bebida a única forma de garantirem sua diversão, o que não deixa de ser um pensamento no mínimo estúpido. E é absolutamente comum; a noite só vale a pena se tiver cerveja, vinho, destilados... Quer dizer, precisamos dar continuidade nas reflexões e é para isso que existem essas pesquisas. Aliás, nem mencionamos os milhares de casos em envolvimentos com acidentes de carros no trânsito. E também não podemos deixar de mencionar, para os que acreditam que isso é coisa de Brasil, que os países considerados desenvolvidos também apresentam o retrato exposto.
Para quem se interessar, podemos encontrar vários artigos e dados sobre este assunto no site do CISA (Centro de Informação sobre Saúde e Álcool).
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